quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A VIDÊNCIA

Podemos ver, para além das aparências, o que é desconhecido para os outros? É possível ver o passado e o futuro de uma pessoa? Podemos ser videntes?




"Vidência e vidente" vêm do latim videre, que significava ver. Da mesma raiz provêm a palavra "visitar"(que originalmente queria dizer ver com frequência), "visão"(que se entendia como aparição como por sonho) e "evidente" (termo com o qual se designa o que, por ser aparente, salta à vista).



O FENÔMENO DA VIDÊNCIA
Por muito estranho que possa parecer, em consideração ao número de videntes que operam mais ou menos em todas as partes do mundo, e tendo em conta as múltiplas investigações que os homens de ciência compreendem atualmente a este respeito, nunca foram estudados seriamente os mecanismos da vidência.
É um princípio que está relegado ao passado e comparado às superstições e à ignorância. Não obstante, a vidência existe hoje e sempre existiu. Este fenômeno está relacionado com as investigações sobre o inconsciente, do qual, talvez, seja apenas um produto. Freud, demonstrou que, no inconsciente, o tempo não existia. Ou, mais exatamente, que nesta zona obscura de nossa personalidade o passado e o presente podiam confundir-se e surgir a cada momento. Anos depois, Carl Gustav Jung, discípulo e colaborador de Freud, demonstrou que no inconsciente, o passado, o presente e também o futuro combinavam-se, interpenetravam-se até conter às respostas ou soluções intuitivas aos nossos problemas por resolver. Depois de estudos profundos sobre a linguagem dos mitos e símbolos, Jung revelou que a intuição não era mais do que o produto da memória inconsciente do sujeito, a qual se manifesta em horas de vigília ou durante o sono. Seus trabalhos não tiveram aprovação do seu Mestre Freud.


POR QUE ESTE FENÔMENO É TÃO RARO?


Porque a memória inconsciente intuitiva não atua por obrigação? Não basta ter, um pouco mais do que os demais, a faculdade de ver, para ver sistematicamente e em todos os momentos. Assim, na Antiguidade, distinguia-se a adivinhação intuitiva ou espontânea da adivinhação indutiva ou razoável. A primeira, apenas uns quantos profetas a praticavam, a segunda, muito mais comum, resultava da interpretação dos signos e dos símbolos dos oráculos, ou seja, do uso das artes adivinhatórias. por outro lado devemos sublinhar que a memória inconsciente intuitiva expressa-se mediante a linguagem dos mitos e símbolos. No entanto, não é apenas ricae muito complexa, mas também as interferências das experiências vividas pelo indivíduo em questão podem acrescentar uma interpretação inconsciente pessoal dis signos e símbolos cujo significado exato escapa muitas vezes do vidente. A partir disto, compreenderemos que não basta ver, mas que é necessário ser capaz de interpretar o que se vê. "Da mesma maneira que um físico não pode prever um acontecimento preciso, Mas pode dar uma lista de probabilidades nas quais se proteja a imagem de um campo qualitativo de acontecimentos, e pode prever que algo ocorrerá neste campo", escreveu Marie-Louise von Franz.


Texto extraído do Livro Astrologia (Presságios, crenças, mistérios).